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Tipos de Memória: Memória de Curto Prazo e de Longo Prazo

Atualizado em: 25/09/2023 - Por: Nicole Copetti Dal'Aqua

xistem diferentes tipos de memória e para compreender melhor como funciona a sua memória, como lembrar do que estudou na hora da prova e como melhorar os seus diversos tipos de memória, vamos explicar através da neurociência e de exemplos. Nesta aula vamos falar sobre algo que todo mundo gostaria de melhorar: a sua memória, principalmente quem está estudando para uma prova. Mas como melhorar a sua memória? Existem técnicas que realmente funcionam? Como a técnica do Palácio da Memória ou a Técnica dos Flashcards ou Cartões de Memória, por exemplo? Vou explicar nessa aula como funciona a memória para a aprendizagem e nas próximas aulas mostrarei diversas técnicas e truques para você memorizar melhor o conteúdo que está estudando.

Esta é a aula 06 de 16 do Curso Gratuito Online oferecido pelo Aprimoramente: Como Aprender Melhor e Ir Bem nas Provas. Aula 06: Tipos de Memória. Veja o curso completo.

Tipos de memória: Memória de Curto Prazo

Para começar, os dois principais tipos de memória para compreendermos melhor como nós aprendermos são Memória de curto prato ou memória de trabalho e a memória de longo prazo.

Tipo de memória 1: memória de curto prazo ou memória de trabalho

A memória de trabalho é tudo aquilo que está sendo processado imediatamente e de forma consciente em nossa mente. Quando estou tentando manter algumas ideias na mente para relacioná-las umas com as outras de forma a poder compreender ou resolver um problema, estou usando minha memória de trabalho. Cientistas acreditam que a memória de trabalho apreende apenas 4 blocos de informação. Ela está centrada no córtex pré-frontal, mas também tem ligações com outras partes do cérebro, para poder acessar a memória de longo prazo Para quem entende de computadores, essa memória poderia ser comparada com a memória RAM, e a de longo prazo com o disco rígido.

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O que acontece quando sentimos que perdemos a memória do momento?

Uma curiosidade interessante é compreender por que algumas vezes esquecemos facilmente de uma sequência de números, como um telefone que gostaríamos de gravar, ou uma senha. O que nos faz “perder” as memórias do momento? O que acontece na verdade são processos dissipadores naturais que “sugam” essas memórias. Por isso temos que repetir e nos concentrar em não deixar outros estímulos dissipar nosso foco no que estamos tentando guardar na memória. Então a dica é não deixar outras coisas entrarem no nosso pensamento, focar de verdade no que estamos querendo gravar, evitando estímulos externos e pensamentos que se intrometem sem querermos.

Tipo de memória 2: Memória de Longo Prazo

Já a memória de longo prazo é como um estoque de bilhões de itens. Existem tantos itens no nosso estoque de memórias que pode ser difícil encontrar a informação que você procura. Uns itens podem “enterrar” os outros. A maneira de melhorar isso é praticando e repetindo pelo menos algumas vezes aquela informação.

As memórias se relacionam quando trago algo da minha memória de longo prazo para a minha memória de trabalho, para poder pensar sobre isso. Pesquisas mostram que quando você quer transformar uma memória de curto prazo em uma memória de longo prazo, você deve repensar aquela memória pelo menos algumas vezes para aumentar as chances de encontrar aquela informação quando você precisar no futuro.

Como utilizar bem seus tipos de memória

Quando você quer aprender de verdade algo novo existem conceitos fundamentais:

1) Focar a sua atenção traz qualquer coisa para a sua memória de trabalho temporária, mas para que essa informação se desloque da memória de trabalho para a memória de longo prazo duas coisas devem acontecer. 2) O conteúdo deve ser memorável. Ensinaremos na próxima aula como você pode tornar seu conteúdo memorável com a Técnica das Imagens Evocativas. 3) O conteúdo deve ser repetido, senão o padrão neural relacionado com essa memória pode desaparecer antes que ela se fortaleça e consolide.

Como lembrar do que estudou na hora da prova

A dúvida que muitos estudantes querem saber é como assegurar que vamos lembrar daquela informação que estamos estudando na hora da prova? Sabendo que elas estão reconsolidadas em nossa memória de longo prazo, vou mostra para você como funciona. O que acontece primeiro quando você começa a aprender algo novo se chama Consolidação da Memória, que é o armazenamento de novas memórias no córtex.

A reconsolidação da Memória é quando você recorda uma memória, isto é, pega a memória de longo prazo, processa ela na memória de trabalho e depois esta memória volta para a memória de longo prazo mudada, ela se reconsolida na memória de longo prazo. As memórias não são fixas, mas partes vivas do seu cérebro que estão sempre mudando. As nossas memórias estão interligadas umas às outras. Conforme aprendemos coisas novas, as velhas memórias também mudam. Tanto a consolidação quanto a reconsolidação das memórias acontecem durante o sono. Por isso temos que dormir bem enquanto estudamos e no dia anterior a prova.

Tipos de Memória: Longo Prazo - Utilizando a técnica da repetição espaçada

É por isso que é mais eficaz espaçar a aprendizagem ao longo do tempo, em vez de tentar aprender tudo de uma vez. Porque daí a memória será reconsolidada diversas vezes na memória de longo prazo, e ficará mais firme. Se você deseja investir apenas 60 minutos para estudar algo, será muito mais eficaz, isto é, vai reter aquele conteúdo por mais tempo, se gastar 10 minutos por mês durante os 6 meses de um semestre, do que uma hora num dia antes da prova, por exemplo.

Cuidado com estudar logo antes da prova: se você espera até a véspera de uma prova para estudar intensivamente a matéria, pode até ser capaz de retê-la para o exame no dia seguinte, mas a matéria estudada desaparecerá rapidamente da memória.

A prática torna o pensamento permanente. No cérebro os neurônios ficam ligados uns aos outros graças ao uso repetido Tem que repetir, mas ir espaçando o tempo entre as repetições.

Como fixar melhor a matéria no tipo de memória de longo prazo?

Cientistas verificaram que repetir algo 20 vezes em um dia, não é nem de longe tão eficaz quanto espaçar essas mesmas 20 vezes em dias diferentes. É como se quisesse criar músculo levantando todo o peso em um só dia. Não há tempo para desenvolver estruturas sólidas (seja na musculatura, seja no cérebro).

É preciso tempo para a memória se solidificar no cérebro (tempo para as ligações sinápticas se formarem e se fortalecerem). Você precisa praticar e repetir para ajudar a guardar itens na memória de longo prazo, assim você pode resgatá-los mais facilmente. Praticando e repetindo, tudo num dia, é uma má idéia. Você deve estender sua prática para vários dias. Por isso que evitar procrastinação é importante. Ajuda você a formar melhores recordações. Porque você começa cedo.

Uma dica relacionada ao seu ambiente de estudos é saber que algo que ajuda fortalecer a sua capacidade de captar o conteúdo é recordar a matéria quando você não está no seu local habitual de estudo. Você pode não perceber, mas quando você está aprendendo algo novo, muitas vezes cria pistas subliminares da sala ou espaço a tua volta.

Parabéns, você aprendeu hoje

  1. Como os diferentes tipos de memória constribuem para estudar melhor
  2. Como não deixar os processos dissipadores naturais “sugarem” nossas memórias do momento quando queremos decorar algo.
  3. O poder do foco, conteúdo memorável e repetição para memorizar o conteúdo.
  4. Como funciona a reconsolidação das memórias e por que precisamos de tempo e repetição para realmente memorizarmos algo.

PRÓXIMA AULA: AULA 07 - TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO

Na próxima aula já começarei ensinando as técnicas para melhorar a memória e a aprendizagem. Veremos:

  • A Técnica do Palácio da Memória
  • O uso da Criação de imagens evocativas
  • A importância de colocar-se no lugar do que está aprendendo
  • Como aprender com metáforas
  • Os benefícios das analogias

Bônus

Quais as diferenças entre como as pessoas memorizavam os estudos antigamente e hoje em dia?

As formas como as pessoas memorizavam os estudos antigamente e hoje em dia passaram por mudanças significativas devido ao avanço da tecnologia, métodos de ensino modernos e uma compreensão mais aprofundada da aprendizagem cognitiva. Aqui estão algumas das principais diferenças:

  1. Acesso à Informação: Antigamente: As fontes de informação eram limitadas, principalmente livros, aulas presenciais e materiais impressos. Hoje: Acesso fácil a uma vasta gama de recursos online, incluindo artigos, vídeos, cursos online e plataformas educacionais.

  2. Tecnologia: Antigamente: Reliance em papel e caneta, bibliotecas físicas e materiais impressos. Hoje: Uso generalizado de dispositivos eletrônicos, como computadores, tablets e smartphones, para acessar, criar e armazenar informações.

  3. Técnicas de Estudo: Antigamente: Ênfase em técnicas tradicionais como resumos manuais, fichamentos e memorização repetitiva. Hoje: Introdução de técnicas modernas de estudo, como mapas mentais, flashcards digitais, gamificação e aprendizado adaptativo.

  4. Abordagem Ativa: Antigamente: Aprendizado mais passivo, com foco na memorização de fatos e informações. Hoje: Maior ênfase na aprendizagem ativa, onde os alunos são incentivados a participar, discutir, analisar e aplicar o conhecimento.

  5. Personalização do Aprendizado: Antigamente: Abordagem mais padronizada, com pouca consideração pelas preferências e estilos de aprendizado individuais. Hoje: Tecnologias educacionais permitem a personalização do aprendizado, adaptando o conteúdo às necessidades e ritmo de cada aluno.

  6. Colaboração e Interação: Antigamente: O estudo muitas vezes era uma atividade solitária, com interações limitadas a colegas e professores. Hoje: As plataformas online facilitam a colaboração e interação com colegas de todo o mundo, permitindo a discussão de ideias e o compartilhamento de conhecimentos.

  7. Avaliação e Feedback: Antigamente: Avaliações baseadas principalmente em exames escritos e provas orais. Hoje: Uso crescente de avaliações formativas, feedback instantâneo e tecnologias de análise para medir o progresso do aluno.

  8. Flexibilidade e Aprendizado Online: Antigamente: A aprendizagem era predominantemente presencial e baseada em instituições físicas. Hoje: Crescimento do aprendizado online e educação a distância, permitindo que os alunos estudem de forma mais flexível e se envolvam com materiais de diferentes partes do mundo.

Em resumo, a tecnologia desempenhou um papel fundamental na transformação da forma como as pessoas memorizam e aprendem. As abordagens modernas enfatizam a interatividade, a personalização, a colaboração e a aplicação prática do conhecimento, permitindo que os alunos se envolvam de maneira mais eficaz e significativa com o material de estudo.

Próxima aula: Aula 07: Técnicas de Memorização

Veja o curso completo: CURSO GRATUITO ONLINE COMO APRENDER MELHOR E IR BEM NAS PROVAS e aprenda sobre como estudar melhor, dicas de memorização, técnicas de estudos que funcionam de verdade, hábitos para aprender melhor, como diminuir a ansiedade e o estresse antes e durante a prova e muito mais ;)

Por Nicole Copetti Dal'Aqua

Foto de Nicole Copetti Dal'Aqua

Nicole é uma autora, professora e consultora com mais de 7 anos de experiência no ramo de educação no Brasil, dando aulas presenciais e online como professora. Além disso, possui expertise como co-fundadora da plataforma de educação Aprimoramente em análise de mercado no ramo da educação, lidando com universidades, escolas e professores desde 2016. Escreve com amor e dedicação para estudantes de todo o Brasil que desejam aprender coisas novas.

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