Pensamento Focado e Difuso para Estudar Melhor

Atualizado em: 25/09/2023 - Por: Nicole Copetti Dal'Aqua

Aprender sobre o Pensamento Focado e Difuso para Estudar melhor ajuda os estudantes mais do que você poderia imaginar. Sabe quando você está logo antes de dormir, ou recém acordando, ou tomando um banho ou caminhando despreocupadamente e tem uma ideia diferente, ou surge a solução para um problema que você estava querendo resolver...? Já aconteceu isso com você? Comigo já aconteceu e eu adoro quando acontece, porque, sem eu fazer um esforço mental de propósito, minha mente me entrega uma solução ou uma ideia.

Isso tem explicação: se chama pensamento difuso.

Os conceitos de modo focado e modo difuso de pensamento são muito importantes de serem compreendidos, pois são de extrema utilidade para você poder utilizar as poderosas técnicas que iremos te ensinar para aprender melhor para uma grande prova. Conhecendo melhor como nosso cérebro funciona, podemos saber como utilizá-lo melhor para aprendermos mais, com menos dificuldades. Então, o que é o pensamento focado e pensamento difuso?

Esta é a aula 05 de 16 do Curso Gratuito Online oferecido pelo Aprimoramente: Como Aprender Melhor e Ir Bem nas Provas. Aula 05: Pensamento Focado e Difuso para Estudar Melhor. Veja o curso completo.

O que é pensamento focado e difuso e como ajuda a estudar melhor?

De acordo com a Dra. Bárbara Oakley e o Dr. Terrence Sejnowski da Universidade da California o pensamento focado é aquele em que você está conscientemente pensando sobre algo, percorre caminhos familiares no cérebro. É a forma de pensamento que estamos mais acostumados, forma de pensar habitual.

Já o pensamento difuso é aquele estilo mais relaxado de pensamento, em que deixa a mente fluir. Consegue alcançar pensamentos que nunca foram pensados antes.

O pensamento difuso é um grande segredo da nossa mente que, se você compreender e saber utilizar, vai melhorar muito a sua vida. Ele é um ótimo recurso para ser utilizado nos estudos, que poucas pessoas conhecem. Muitos artistas e cientistas já utilizavam no seu dia-a-dia técnicas para utilizar o revezamento do modo difuso e focado a favor de suas ideias e soluções de problemas, como Salvador Dalí e Thomas Edison, por exemplo.

O segredo é saber como ativar o modo difuso e saber alternar entre o pensamento focado e o difuso. Permitir o que modo difuso fique trabalhando nos bastidores, focando antes o que você está querendo resolver ou criar e depois relaxando, para deixá-lo trabalhar sem nosso esforço consciente.

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Então vamos ensinar você primeiro a como permitir o modo difuso de pensamento e depois como revezar entre o modo focado e difuso para aproveitar ao máximo a sua capacidade mental.

Como ativar o modo difuso para estudar melhor?

Mas então, como permitir o modo difuso de pensamento, isto é, desligar a mente da linha de pensamento normal para chegar a novos pensamentos, novas ideias? Quais são as formas de ativar o modo difuso? Primeiramente, saiba que parece até contra-intuitivo, pois por ser tão tranqüilo, sem esforço mental, parece errado, mas está certo utilizá-lo. Algumas formas de permitir que o modo difuso entre em ação são:

• Sair para caminhar, correr, dançar, qualquer exercício físico, que, por sinal, veremos mais adiante como o exercício físico é importante para melhorar a performance dos estudos
• Outras atividades são artes, trabalhos manuais, lavar louça
• Tomar banho também relaxa e permite o modo difuso trabalhar
• E, finalmente, ótimos momentos para o modo difuso é antes de cair no sono e ao acordar

Uma boa dica aqui é tentar resolver um problema muito difícil de noite, vai dormir e no outro dia, sabemos como começar a resolvê-lo naturalmente e facilmente. Porque durante a noite permitimos o modo difuso trabalhar. Mais veremos muito mais sobre como aproveitar o sono para aprender mais em uma próxima aula.

Como revezar entre o pensamento focado e o pensamento difuso?

Agora, vamos ensinar você a revezar entre o pensamento focado e o pensamento difuso. Quando está aprendendo algo novo, principalmente algo que é mais complicado, difícil: sua mente precisa ser capaz de ir e voltar entre a mente focada e a mente difusa. Saiba que o pensamento focado e pensamento difuso não podem acontecer ao mesmo tempo, é ou um ou outro.

Se você conseguir revezar o modo focado e o modo difuso de pensamento conseguirá mais facilmente sintetizar a essência de um assunto, isto é, compreender a ideia principal da matéria que você está estudando. Um pensamento focado entra, depois você desliga sua linha de pensamento normal e relaxa a mente, para chegar a novos pensamentos.

Como se faz isso? Relaxe e deixe sua mente ficar livre, deixe o pensamento fluir, muitas vezes ainda pensando vagamente sobre aquilo em que estava previamente focado. Depois de bem relaxado, volte àquilo que estava focado. “O pensamento difuso ajuda a achar o caminho, o início do pensamento novo, para que depois o pensamento focado possa aprimorar esse pensamento”. Então é bom revezá-los, para tirar proveito máximo do seu cérebro nos estudos.

Quando o pensamento difuso é útil?

Quando você está envolvido em algo que precise novas ideias ou abordagens. Serve para ir para o local inicial de ter um novo pensamento. Pensar em coisas que não pensamos sobre já. Depois o detalhamento do pensamento, tem que voltar para o pensamento focado. Podemos utilizar quando estamos presos em um problema e queremos solucioná-lo. Pois leva tempo para processos neurais ocorrerem. Então deixa o problema esperar um pouco para ser resolvido depois e investir tempo para deixar que mais processamento neural possa ocorrer, geralmente abaixo do nível de consciência, no modo difuso. Além disso, o pensamento difuso permite que você tenha perspectivas mais amplas. Facilitando os estudos e que você possa sintetizar mais facilmente a essência de um conteúdo, fixando melhor em sua memória. Sobre memória, você poderá aprender muitas coisas úteis e interessantes nas próximas aulas.

Falando em memória, Já aconteceu com você? muitas ideias boas e depois você esquece. Então é bom anotar seja no celular ou em um caderno, para garantir que não perderá essa boa ideia. Isso também tem a ver com a memória de curto prazo e os processos dissipadores naturais que “sugam” essas memórias, assuntos que veremos na próxima aula.

Parabéns, você aprendeu hoje:

• A importância do modo difuso e modo focado de pensamento para solucionar questões difíceis nos estudos e ter novas ideias.
• Como ativar o modo difuso de pensamento.
• Como revezar entre modo focado e modo difuso para tirar o máximo de proveito da sua mente nos estudos.

PRÓXIMA AULA: AULA 06 - TIPOS DE MEMÓRIA

Na próxima aula vamos começar a ensinar sobre algo que todo estudante valoriza muito e deseja melhorar: a sua memória. Vamos ensinar sobre os 3 itens fundamentais para memorizar o conteúdo:

• Como transformar a memória de curto prazo em memória de longo prazo
• Por que perdemos a memória do momento quando queremos decorar rapidamente algo
• E a poderosa Técnica da Repetição Espaçada

Bônus: relação da neurociência e dos pensamentos focado e difuso

A neurociência tem explorado os conceitos de pensamento focado e pensamento difuso para entender como diferentes redes neurais no cérebro estão envolvidas nesses processos cognitivos. Embora ainda haja muito a aprender, algumas descobertas científicas têm contribuído para nossa compreensão desses modos de pensamento.

Pensamento Focado:

Ativação do Córtex Pré-Frontal: Estudos de neuroimagem, como ressonância magnética funcional (fMRI), mostraram que o pensamento focado envolve a ativação do córtex pré-frontal, especialmente áreas associadas ao controle cognitivo e à concentração. Essa região ajuda a manter a atenção em uma tarefa específica.

Supressão de Distrações: Durante o pensamento focado, o cérebro tende a suprimir as áreas associadas a distrações, evitando interferências externas que possam prejudicar o foco.

Pensamento Difuso:

Rede de Modo Padrão: O pensamento difuso está associado à ativação da "rede de modo padrão" no cérebro. Essa rede está envolvida em pensamentos introspectivos, ruminação e processamento de informações internas.

Conexões Amplas: A rede de modo padrão facilita a formação de conexões entre ideias aparentemente não relacionadas. Isso pode levar a insights criativos e resoluções de problemas de maneira não linear.

Alternância de Modo:

Alternância Ativa: Estudos mostram que alternar entre pensamento focado e pensamento difuso envolve mudanças ativas na atividade cerebral. Quando você muda de um modo para o outro, as redes neurais correspondentes são ativadas ou desativadas.

Processamento Subconsciente: O pensamento difuso permite que o cérebro continue processando informações de maneira subconsciente, mesmo quando você não está conscientemente focado na tarefa. Isso pode resultar em insights que surgem mais tarde.

Em resumo, a neurociência tem demonstrado que o pensamento focado e o pensamento difuso são estados mentais distintos, cada um associado a padrões específicos de atividade cerebral. A alternância entre esses modos parece ser benéfica para o aprendizado, a criatividade e a resolução de problemas. No entanto, é importante notar que a pesquisa nessa área ainda está evoluindo e há muito mais a descobrir sobre como esses processos acontecem no cérebro.

Como utilizar bem o pensamento focado e difuso nos estudos

Utilizar o pensamento focado e difuso de maneira eficaz é uma estratégia valiosa no mundo dos estudos. O pensamento focado envolve concentração intensa em uma tarefa específica, enquanto o pensamento difuso é mais relaxado e permite que a mente vagueie livremente. Combinar esses dois modos pode melhorar o aprendizado e a resolução de problemas.

Ao iniciar um estudo, utilize o pensamento focado para se concentrar profundamente em um conceito ou problema. Isso envolve dedicar toda a sua atenção a entender um tópico específico. Por exemplo, ao aprender uma nova fórmula matemática, você pode se concentrar em suas variáveis, aplicação e como resolvê-la passo a passo.

Após um período de foco intenso, permita que sua mente entre no modo difuso. Afaste-se do material por um tempo. Faça uma pausa para caminhar, ouça música ou simplesmente relaxe. Durante esse tempo, sua mente continua processando informações de maneira subconsciente. Isso pode levar a insights inesperados. Por exemplo, enquanto está relaxando, você pode repentinamente entender uma aplicação prática da fórmula que estava estudando.

Ao voltar ao estudo, utilize o pensamento focado novamente para analisar os insights gerados pelo modo difuso. Desenvolva e aplique as ideias que surgiram durante o relaxamento. Isso pode levar a uma compreensão mais profunda e a novas perspectivas sobre o assunto.

Além disso, ao se deparar com um problema complexo, você pode alternar entre os modos focado e difuso. Inicialmente, concentre-se na análise detalhada do problema (modo focado). Depois, permita-se pensar em outras coisas por um tempo (modo difuso). Durante o modo difuso, é possível que sua mente faça conexões e identifique abordagens alternativas para resolver o problema.

A alternância deliberada entre pensamento focado e difuso é um processo que pode maximizar o aprendizado. Essa abordagem não apenas auxilia na assimilação de informações, mas também estimula a criatividade, a resolução de problemas e a compreensão mais profunda dos conceitos. Ao aplicar essa técnica no mundo dos estudos, você pode desenvolver uma abordagem mais holística e eficaz para aprender e solucionar problemas complexos.

Como funciona neurologicamente o pensamento focado e o pensamento difuso

O pensamento focado e o pensamento difuso são duas formas de processamento cognitivo que envolvem diferentes redes neurais no cérebro. Cada modo de pensamento tem suas próprias características e funções, e eles podem interagir de maneiras interessantes.

O pensamento focado, como o nome sugere, envolve concentração intensa em uma tarefa específica. Durante o pensamento focado, o córtex pré-frontal, uma área associada ao raciocínio lógico, planejamento e tomada de decisões, é altamente ativado. Essa parte do cérebro é responsável por manter sua atenção na tarefa em mãos, suprimindo distrações e mantendo você engajado.

Por outro lado, o pensamento difuso é um estado mais relaxado da mente, onde as associações entre ideias podem acontecer de forma mais livre. Durante esse modo, o cérebro desativa o córtex pré-frontal e ativa a "rede de modo padrão", que está associada a pensamentos mais soltos, introspecção e reflexão. Essa rede permite que sua mente vagueie, fazendo conexões não convencionais entre diferentes informações.

Quando você alterna entre pensamento focado e pensamento difuso, seu cérebro está realizando o que é chamado de "alternância de modo". Isso é importante para o processo de aprendizado e resolução de problemas. Durante o pensamento focado, você adquire informações detalhadas e se concentra em tarefas específicas. Então, ao mudar para o pensamento difuso, você permite que seu cérebro faça conexões mais amplas e processamento subconsciente. É nesse estado difuso que novas ideias podem surgir ou problemas complexos podem ser entendidos de maneira mais profunda.

Um exemplo de como isso funciona é quando você está estudando para um problema matemático. No pensamento focado, você segue passo a passo as regras e fórmulas para resolver o problema. No entanto, se você se deparar com uma barreira ou ficar preso, afastar-se por um tempo (modo difuso) pode permitir que seu cérebro processe informações de maneira mais ampla. Quando você retorna ao pensamento focado, pode encontrar soluções ou abordagens alternativas que não teriam ocorrido a você no modo focado.

Em resumo, o pensamento focado e o pensamento difuso são modos diferentes de funcionamento do cérebro, cada um com suas próprias vantagens. Alternar entre esses modos pode ser uma estratégia eficaz para maximizar o aprendizado, a resolução de problemas e a criatividade.

Tipos de exames e pesquisas cientificas que estudaram os pensamentos focado e difuso

Várias pesquisas científicas e estudos têm explorado o pensamento focado e difuso, examinando como esses estados mentais afetam o aprendizado, a criatividade e a resolução de problemas. Aqui estão alguns exemplos de tipos de exames e estudos que investigaram esses conceitos:

Ressonância Magnética Funcional (fMRI): Estudos de neuroimagem, utilizando fMRI, analisaram as mudanças na atividade cerebral durante o pensamento focado e difuso. Eles mapearam as áreas específicas do cérebro que são ativadas ou desativadas em cada estado, ajudando a compreender as redes neurais envolvidas.

Testes de Criatividade: Exames que medem a criatividade, como testes de associação de palavras ou de resolução de problemas, foram usados para avaliar como os modos de pensamento afetam a capacidade de encontrar soluções inovadoras.

Experiências de Aprendizado: Pesquisadores conduziram experimentos nos quais os participantes foram instruídos a alternar entre pensamento focado e difuso durante atividades de aprendizado. Esses estudos analisam como essa alternância influencia a retenção de informações e a compreensão dos conceitos.

Análise de Resolução de Problemas: Estudos de casos em que os participantes enfrentaram problemas complexos foram conduzidos para observar como a alternância entre os modos de pensamento afetava a abordagem e a eficácia da resolução de problemas.

Acompanhamento da Atividade Cerebral: Alguns estudos utilizaram técnicas avançadas, como eletroencefalografia (EEG), para acompanhar as mudanças na atividade elétrica do cérebro enquanto os participantes alternam entre pensamento focado e difuso.

Estudos de Intervalo Temporal: Pesquisas que envolvem avaliações em intervalos de tempo diferentes, após períodos de pensamento focado e difuso, foram realizadas para examinar se os insights gerados durante o pensamento difuso são retidos e aplicados com sucesso.

Análise de Fluxo de Trabalho Criativo: Em contextos criativos, como arte ou escrita, estudos observacionais examinaram como artistas ou escritores alternam entre os modos de pensamento para gerar ideias e refiná-las.

Estudos de Aprendizado de Idiomas: Experiências de aprendizado de idiomas investigaram como a alternância entre o pensamento focado (aprender regras gramaticais) e o pensamento difuso (imersão na cultura) influenciam a proficiência linguística.

Esses exemplos destacam a diversidade de métodos de pesquisa que a neurociência e a psicologia cognitiva empregam para investigar os efeitos do pensamento focado e difuso em diferentes contextos. Eles fornecem insights valiosos sobre como esses processos mentais funcionam e como podem ser aplicados de maneira eficaz em diversas situações.

Próxima aula: AULA 06 - TIPOS DE MEMÓRIA

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