O VI Encontro Regional Sudeste de História da Mídia, o Alcar Sudeste 2020, acontecerá entre os dias 19 e 21 de novembro. O evento será realizado, pela primeira vez, de forma remota em decorrência da atual pandemia do Covid-19. O encontro é promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) e nesta edição será realizado pelo Departamento de Comunicação Social com o apoio do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO/Niterói)
O Alcar Sudeste 2020 discutirá ao longo de seus três dias de programação o tema “Comunicação e a historicidade das crises”. A temática tem se demonstrado atual em meio a um contexto de crises sanitárias e políticas que questionam os regimes de verdade e de representação. Ao realizar o Encontro Regional Sudeste, buscamos despertar discussões atuais que reflitam sobre a história do passado e aquela que desejamos construir.
O esforço de manter o calendário dos Encontros Regionais da Alcar em 2020, ainda que de forma virtual, tem o intuito de reforçar o papel do campo científico e das instituições de ensino como local para pensar a realidade e elaborar, em conjunto com a sociedade, soluções para o momento atual e para o futuro. Os eventos regionais serão uma oportunidade para pesquisadores, estudantes e profissionais se encontrarem para debater de forma interdisciplinar e trocarem diferentes experiências.
Sobre o tema
O termo crise vem sendo usado recorrentemente por jornalistas e intelectuais, geralmente num sentido restrito, por exemplo, de “crise da agricultura”, “crise ambiental”, “catástrofe climática” ou “crises cíclicas do capitalismo”. Esse tema do Alcar procura pensar a crise como figura de historicidade, por meio da qual podemos interrogar o contemporâneo sobre a sensação crônica de insegurança, desconfiança e medo em relação às instituições governamentais e sua capacidade de garantir bem-estar coletivo, ao sistema judiciário e sua capacidade de cumprimento da lei, à política e suas formas de representação, à saúde e suas práticas especializadas, à ciência e sua ideia de verdade.
A crise invoca a pergunta sobre o futuro histórico, para além da análise das conjunturas. Não se coloca apenas como uma instabilidade marcante no tempo presente, posto que opera numa lógica do risco, exigindo dos cidadãos e das instituições meios de prevenção e antecipação em relação a ameaças e perigos iminentes ou vindouros, mas também ansiedades pela reorganização de memórias coletivas e visibilidade de memórias individuais.
Pensando a mídia como principal motor para essa percepção do mundo, o que as interfaces entre comunicação e história podem nos fornecer como chave de leitura para esse panorama distópico? A proposta é discutir os desafios teóricos e metodológicos da historicidade dos processos comunicacionais em meio ao atual contexto de profundas instabilidades no âmbito político-institucional, das organizações midiáticas, da produção cultural, das identidades e das epistemes.